segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mestre Leo Imamura em Belo Horizonte

Participantes do Encontro de Cham Kiu de 2013, em Belo Horizonte - MG.
O Núcleo Belo Horizonte, única escola licenciada da MYVT em Minas Gerais, foi representado no último dia 20 de julho pelos seguintes membros (foto acima), todos eles interessados em aprofundar sobre o domínio Cham Kiu, o nível intermediário do Sistema Ving Tsun, com a presença do mestre Leo Imamura, o líder do Clã Moy Yat Sang:

1. Mestre Anderson Maia (Moy On Da San), diretor do Núcleo Belo Horizonte e líder da Família Moy On Da San.
2. Mestre Leonardo Mordente (Moy Lei On), diretor de assuntos de língua chinesa e genealogia.
3. Ana Paula Mendonça (Moy Do Sa), coordenadora do Núcleo Belo Horizonte.
4. Cláudio Martinez (Moy Lung Yuet), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
5. Peter Hutchinson (Moy Fuh Mao), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte e coordenador em Lavras - MG.
6. Guilherme Freitas (Moy Fat Laai), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
7. Liana Lott (Moy Lai On Na), tutora sênior do Núcleo Belo Horizonte.
8. Rafael Castro (Moy Laai Faat), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
9. Pedro Valadão (Moy Wa Lai), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
10. William Nogueira (Moy Wai Lim), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
11. Rodrigo Giarola (Moy Lou Na), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
12. Bruna Piantino (Moy Ji No), tutora sênior do Núcleo Belo Horizonte.
13. Tiago Quintela (Moy Dei Na), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
14. Oscar Lima (Moy Lei Ma), tutor sênior do Núcleo Belo Horizonte.
15. Pedro Gontijo (Moy Go Ji), tutor pleno do Núcleo Belo Horizonte.
16. Paulo Figueiredo (Moy Lei Do), tutor pleno do Núcleo Belo Horizonte.
17. Helder Lima (Moy Wu Dei), tutor pleno do Núcleo Belo Horizonte.
18. Paulo Nolli (Moy Na Lei), tutor assistente do Núcleo Belo Horizonte.
19. Rodrigo Diniz, membro ativo do Núcleo Belo Horizonte.
20. César de Avelar, membro ativo do Núcleo Belo Horizonte.
21. Henrique Assis, membro ativo do Núcleo Belo Horizonte.
22. Luiz Loureiro, membro ativo do Núcleo Belo Horizonte.
23. Tatiana Cintra, membro ativo e monitora do Núcleo Belo Horizonte.
24. Túlio Castanheira, membro ativo do Núcleo Belo Horizonte.
25. Márcio Bessa, membro ativo do Núcleo Belo Horizonte.

Receber o mestre Leo Imamura em Minas Gerais já é um velho costume. Desde 1990, ano a ano, em pelo menos duas visitas anuais, os discípulos e alunos promovem eventos e acolhem o líder do Clã Moy Yat Sang.
Os participantes estudando o Chi Sau, o exercício "mestre"do Ving Tsun.
Muitas pessoas, de fora da MYVTMI, perguntam por que, após tantos anos, ainda há uma grande motivação para esta visita. São pelo menos três:

- fortalecer o vínculo com a descendência de Grão-Mestre Moy Yat ;
- cultivar o "Sam Faat", o método de aprendizagem através da relação, chamada de "Vida-Kung Fu" ;
- aprimorar e atualizar a visão do Sistema Ving Tsun, dentro de um dos seis domínios.

A próxima visita do Mestre Leo Imamura esta prevista para os dias 27 e 28 de setembro. A primeira data será para outorgar o Jiu Paai - a placa tradicional do legado - ao Mestre Leonardo Mordente. A segunda será para celebrar os 40 anos do Mestre Anderson Maia.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Dia Memorial do Ving Tsun - 45 Anos

Em meio a nova ascensão do grande mestre Ip Man (1893-1972), agora como um produto de cinema, seus verdadeiros descendentes, dentre estes a família Moy, não podem deixar de destacar a real figura humana do patriarca do Ving Tsun, por trás do mito que está surgindo no século XXI.

A comprovação de sua maestria reside numa cena, comum ao dia a dia do Jung Si: ele sentado, sempre relaxado, numa Taai Si Yi, a cadeira de mestre. A pergunta reflexiva é como uma pessoa ganha tamanha repercussão mundial, passando a vida praticamente ensinando Kung Fu sentado numa cadeira!? 
 
Ip Man, na vida real e retratado no filme, sentado numa "Taai Si Yi".
Há inúmeros fatos que comprovam o verdadeiro valor de Ip Man. Sua vida teve, pelo menos, quatro momentos distintivos e contrastantes: 

O primeiro, sua infância e juventude, como um herdeiro abastado que viveu em Foshan e em Hong Kong, quase como um príncipe, desfrutando do melhor da cultura chinesa e ocidental.
Ip Man e sua luxuosa vida, antes da guerra, em Foshan (retratado no filme The Grandmasters).
O segundo, a vida adulta, iniciada com um papel importante no círculo marcial quando, nos anos 30, deflagrava-se a guerra sino-japonesa. Ip Man muito sofreu por estar exercendo a função de chefe da guarda de segurança em Foshan, recusando aliar-se aos japoneses.
 
Ip Man, em filme, e uma cena real: invasão japonesa à China. 
O terceiro período, o final dos anos 40, com a China devastada e entrando a revolução comunista (chamada também de "maoísta"), levando a família Ip a perder suas posses, culminando no refúgio em Hong Kong. Lá, o patriarca recomeçou sua vida, introduzindo modestamente o Ving Tsun nesta então ilha britânica, na década de 50.
Ip Man, em fotos reais, conduzindo ensinamentos nos terraços de Hong Kong.
O decorrer dos anos 60, o quarto momento, até o ano de 1972, o patriarca Ip Man colheu os frutos de sua vasta experiência de vida, levando o Ving Tsun a uma febre em Hong Kong, ao mesmo tempo que, reservadamente, preservava os ensinamentos tradicionais de sua arte, cuidando de alguns dedicados discípulos.

Tamanha ascensão do Ving Tsun, propagada pelos discípulos que tornavam-se campeões dos Gong Sau, as lutas interestilos de Kung Fu, seguramente estas os primórdios do hoje denominado "MMA" (mix martial arts), fizeram de Ip Man em Hong Kong um mito. Ele não lutava, mas seus alunos, até mesmo iniciantes, se consagravam neste movimentado cenário de combate. Em paralelo, o prestigiado mestre tinha a polida relação, como um Si Fu, entre intelectuais, políticos e empresários, provando sua erudita educação. Em ambos os casos, ensinava sem sair de sua cadeira...

 
Uma cena real de um combate de rua e Ip Man em uma sessão privativa: mesma época em Hong Kong.
Esta dúbia condição, de prestígio nos guetos de combate à transmissão privativa do Ving Tsun entre a alta sociedade de Hong Kong, culminou numa preocupação do patriarca em oficializar o Ving Tsun como entidade jurídica. Sabe-se que, até então, somente os fatores tradicionais do Kung Fu eram bastantes para legalizar o Ving Tsun entre a sociedade. Porém, no governo britânico de Hong Kong, as tradições, por si só, não eram naquele momento suficientes para reconhecer um sério trabalho de artes marciais.

Todo este cenário fizeram o oitavo ancestral do Ving Tsun fundar, juntamente com os seus principais discípulos, a HONG KONG VING TSUN ATHLETIC ASSOCIATION, tornando-se a primeira entidade marcial de Hong Kong reconhecida juridicamente. A data fundadora deste registro: o quarto dia da sétima lua do ano chinês do macaco. No calendário moderno, a data ficou interpretada como "4 de julho de 1968". No ato de fundação, Ip Man decidiu que seria este o "Dia Memorial do Ving Tsun", recomendando todos os seus descendentes a valorizar a história dos mestres ancestrais do Ving Tsun Kuen.
Ip Man fazendo o depoimento para a fundação da HKVTAA.
Foi também neste dia que a transliteração do nome da arte passou a ser oficialmente com "VT". Wing Chun, como estava sendo divulgado, passou a ser a forma popular e suas iniciais - "WC" - não soava bem quando se está numa cidade onde banheiro se anuncia com as mesmas inicias (WC, de water closet).  
A histórica fachada da HKVTAA: aberta em Hong Kong até os dias de hoje.
Neste ano, completam-se assim 45 anos da fundação da HKVTAA. Naquela época, eram pouquíssimos que poderiam acreditar na dimensão que o Ving Tsun Kung Fu alcançou no mundo, década após década. Não é por acaso que, há muito, o tradicional círculo marcial de Foshan, cidade meca das artes marciais chinesas, costumam chamar Ip Man de "o visionário mensageiro do Ving Tsun!".