segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

40 anos de filmes sobre o Ving Tsun

Os seis filmes* sobre o patriarca Ip Man lançados nos últimos anos, levantou uma febre do Ving Tsun, atingindo não apenas os praticantes de Kung Fu, mas também o grande público, levando à grande exposição da nobre arte chinesa.

No entanto, há décadas os longa-metragens, que mencionam a vida dos ancestrais do Ving Tsun, fazem sucesso na China. Destacamos abaixo as principais produções cinematográficas, que são grande audiência, desde os anos 70, quando Bruce Lee, o mais célebre discípulo de Ip Man, faleceu e o estilo propagou-se no mundo:

1974 - Five Shaolin Masters: filme que retrata as origens do Ving Tsun, à época da destruição do monastério Shaolin e seus cinco antigos, ainda que nele, não há menção à famosa monja Ng Mui, mestra da fundadora Yim Ving Tsun.
1977 - Stranger from Shaolin: pela primeira vez, são retratadas as formas do Ving Tsun, além do boneco de madeira - Muk Yan Jong, com a figura da fundadora, a mestra Yim Ving Tsun.
1978 - Warrios Two: grande clássico do cinema. O filme começa citando o primeiro período da genealogia do Ving Tsun e continua sua trama enfatizando a relação entre o patriarca Leung Jaan e seu mais importante discípulo, Chan Wa Sun.
1982 - The Prodigal Son: seguindo a produção supracitada, este grande sucesso destaca o período dos ancestrais do Ving Tsun no século XIX, centralizada no "Rei de Foshan", o patriarca Leung Jaan.
1994 - Wing Chun: filme mais famoso sobre o Ving Tsun dos anos 90. Os ancestrais são representados por dois promissores atores chineses: os hoje aclamados Donnie Yen e Michelle Yeoh.
1976 - Bruce Lee: the man, the myth: antiga produção que reproduz a vida do jovem Bruce Lee aprendendo Ving Tsun em Hong Kong. O curioso deste filme é que o patriarca Ip Man é representando pelo seu próprio filho, o Grão-mestre Ip Chun.

*NOTA: os seis novos filmes sobre Ip Man, mencionados no início da matéria, são: Ip Man (2008, dir. Wilson Yip); Ip Man 2 (2010, dir. Wilson Yip); Ip Man, The Legend is Born (2010, dir. Herman Yau); Ip Man, The Final Fight (2013, dir. Herman Yau); The Grandmaster (2013, dir. Wong Kar Wai); Ip Man, Is the Man (2011, série de TV chinesa).

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Auspicioso evento encerra o ano de 2013

Os membros do Núcleo Belo Horizonte presentes no jantar de encerramento do ano de 2013 (foto: Alessandro Cerri).
O dia 11/12/13, data que contém forte simbolismo na China, foi escolhido para encerrar oficialmente as atividades do ano de 2013 do Núcleo Belo Horizonte da Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence.

Quando uma data contém seguidamente o "1, 2 e 3", tais algarismos representam as três potências "céu-terra-homem". Em um texto clássico do Grão-Mestre Moy Yat, ele explica que uma situação precisa estar "protegida" por estas três virtuoses: O céu são as coisas intangíveis que toda ação implica ter para se tornar viável. A terra compete as condições materiais adequadas para uma boa realização. E o homem é saber que você e suas relações são benéficas para que algo ocorra com êxito.

A noite de despedida de 2013 da Família Moy em Minas Gerais foi tão auspiciosa quanto o seu início. O ano da serpente começou para o Núcleo Belo Horizonte e seus membros com a incumbência de receber o grande Clã Moy Yat para realizar o cinquentenário do Mestre Leo Imamura. Um evento histórico e com desfecho feliz para a Moy Yat Ving Tsun (http://www.myvt-bh.blogspot.com.br/2013_04_01_archive.html).

O último evento de Minas Gerais, realizado no restaurante chinês Yun Ton, no bairro de Lourdes da capital mineira, foi aberto com a exposição anual do Mestre Anderson Maia sobre o mais sigiloso e raro acesso do Sistema Ving Tsun: as facas, conhecidas como Baat Jaam Do. Mestre Anderson apresentou aos presentes como se constrói o Kung Fu de um praticante para alcançar o nível de manuseio adequado das facas do Ving Tsun. Primeiro, a trilogia de mãos livres e o acesso ao boneco de madeira. Logo depois, o uso da primeira arma, o bastão longo, que completa a preparação para iniciar o acesso ao Baat Jaam Do, a segunda arma, o último nível. As demonstrações técnicas ficaram a cargo dos tutores seniores Pedro Valadão, Rodrigo Giarola, Ivan Giarola, Tiago Quintela e Oscar Lima.
Mestres Anderson Maia e Leonardo Mordente: sobre as mãos livres e as armas do Ving Tsun.
Além do Mestre Anderson Maia, o evento contou com a presença do Mestre Leonardo Mordente. Como profundo conhecedor da língua chinesa e também do Sistema Ving Tsun, Mestre Mordente chamou a atenção para os Kuen Kuit, os provérbios marciais, que dão referências sobre a eficácia das mãos livres, do bastão e das facas do Ving Tsun.

Após este inédito momento de conhecimento e troca de saberes, os membros do Núcleo Belo Horizonte, muitos deles acompanhados pelos familiares, desfrutaram do jantar chinês, encerrando a noite com uma grande certeza: verdadeiramente, as potências "céu-terra-homem" favoreceram o desenvolvimento da Moy Yat Ving Tsun no ano de 2013, abrindo grande perspectiva para 2014, o esperado ano do cavalo, animal de grande influência para os artistas marciais e guerreiros chineses.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Aniversário da líder do Clã, Helen Moy

No dia 3 de dezembro a viúva de Grão-mestre Moy Yat, Sra. Helen Moy, completa mais um ano de vida. A celebração foi antecedida para o dia 30 de novembro, com evento organizado pela antiga escola do Brooklin de New York, do mestre Miguel Hernández.
Helen Moy e Miguel Hernández, anfitrião da festa organizada por seu discípulo, Johnny Ng.
Desde o falecimento do Grão-mestre, em 2001, o aniversário da atual líder do grande Clã Moy Yat serve como encontro de mestres e descendentes desta linhagem. Membros da Moy Yat Ving Tsun de todo o mundo - Hong Kong, Canadá, Estados Unidos e Brasil - estiveram presentes na celebração, valorizando a figura da respeitada líder.

Helen Moy, líder do Clã Moy, cercada pelos mais antigos mestres, em seu 73o. aniversário.
A Sra. Helen Moy conhece a fundo a trajetória de seu marido, desde Hong Kong, quando Moy Yat se tornou discípulo do patriarca Ip Man, em 1957. Em 1973, Helen Moy também migrou para os EUA, contribuindo para a fundação da histórica Moy Yat Ving Tsun Special Students Association.

A figura feminina da líder Helen Moy, ao lado de mulheres praticantes de Ving Tsun.
Do Brasil, o Mestre Leo Imamura, sempre presente neste encontro anual na cidade de New York, esteve acompanhado dos seguintes discípulos brasileiros: Mestre Nataniel Rosa, diretor do Núcleo Brasília; Mestra Úrsula Lima, diretora do Núcleo Rio de Janeiro Copacabana; Mestre Washington Fonseca, diretor do Núcleo São Paulo Brooklin. A comitiva brasileira foi acolhida, durante turnê de oito dias, por quatro renomados mestres norte-americanos: William Moy (http://moyyatvingtsunkungfu.com/), Henry Moy (http://www.moyyee.com/), Pete Pajil (http://www.vingtsun-usa.org/) e Miguel Hernández (http://www.nycvingtsun.com/Welcome.html).

O salão da festa, onde a comitiva brasileira se juntou aos membros da MYVT de todo o mundo.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Patriarca Ip Man, seu falecimento em 1/dez/1972

No primeiro dia de dezembro do ano de 1972, falecia o grande mestre Ip Man, patriarca da 8a. geração do Ving Tsun Kuen.

Moy Yat, à direita, com a faixa branca de luto: indumentária para os discípulos diretos.
Grão-mestre Moy Yat foi um dos discípulos presentes neste momento triste do círculo marcial chinês e do Kung Fu mundial. Anos mais tarde, ele, um dos principais herdeiros de Ip Man, publicou em sua obra "Ving Tsun Kuen Kuit" o seguinte verbete sobre tal episódio:

- "Meu Sifu, Grão-Mestre Yip Man, morreu em 1° de dezembro de 1972, às 17h45, com a idade de 81 anos. A cerimônia foi realizada na Casa Funerária de Kowloon, no dia 5 de dezembro, às 13h30. Às 14h00, seguimos para a colina Fun Ling. Moy Yat registra isso com lágrimas".

A Casa Funerária de Kowloon fica em Hong Kong, sendo uma das maiores deste ramo, na ilha chinesa. Milhares de pessoas foram prestar homenagem ao grande patriarca do Ving Tsun. Como sugere a tradição em cerimônias fúnebres chinesas, os convidados envolvidos recebem distinções, sendo o traje um dos detalhes que servem como diferencial, para medir o grau de relacionamento com o falecido, dentre outros simbolismos.
A casa funerária de Kowloon, onde Ip Man foi velado em 1972.
Discípulos diretos do patriarca Ip Man receberam uma faixa branca na cintura. Discípulos de segunda geração, uma faixa menor, negra, era colocada no braço, sob uma camisa branca. Ao contrário de outras culturas, o branco, não a cor preta, representa o luto para os chineses.

Discípulos na porta da casa funerária, aguardando a saída do féretro.
Após o velório, o corpo do patriarca seguiu para Fanling, outra região de Hong Kong, conhecida como New Territories, local distante de Kowloon. Neste momento, elegeu-se oito discípulos para carregar o féretro. Moy Yat foi um destes privilegiados, incumbidos em subir a montanha para o ato fúnebre final.
A lápide de Ip Man, no topo de uma montanha (Fanling, Hong Kong).
Mestre Leo Imamura, discípulo de Grão-mestre Moy Yat, talvez tenha sido o primeiro brasileiro a visitar a lápide de Ip Man, ainda no ano de 1987, em sua primeira viagem à China. Ele estivera lá, para prestar respeito, acompanhado do filho mais velho do patriarca, Grão-mestre Ip Chung.

Ip Chung, filho de Ip Man, em imagem registrada por Leo Imamura, em visita à lápide, em maio de 1987.
Hoje, passados 41 anos do falecimento do oitavo ancestral do Ving Tsun Kung Fu, a lápide de Ip Man continua sendo local de grande visitação, de descendentes e admiradores do patriarca, de todas as partes do mundo. Em 2012, mestres e tutores do Núcleo Belo Horizonte também estiveram lá, como símbolo de continuidade, gratidão e respeito póstumo.
Cheng Wing, Anderson Maia, Leonardo Mordente, Peter Castro, Pedro Gontijo e Paulo de Figueiredo (nov/2012).